domingo, 30 de maio de 2010

descoberta do teu verdadeiro eu

A mente é passado, é memória, todas as experiências acumuladas num certo sentido.


Tudo o que você já fez, tudo o que já pensou, tudo o que já desejou, tudo o que já sonhou - tudo, seu passado inteiro, sua memória - mente é memória. E a menos que se livre da memória, você não conseguirá dominar a mente. Como se livrar da memória?

Ela está sempre ali, seguindo você. Na verdade, você é a memória, então como se livrar dela? Quem é você sem as suas lembranças?

Quando eu pergunto “Quem é você?” você me diz seu nome - isso é uma lembrança. Seus pais lhe deram um nome um tempo atrás.

Eu pergunto “Quem é você?” e você me fala de sua família, do seu pai, da sua mãe - isso é uma lembrança.

Eu pergunto “Quem é você?” e você me conta o que estudou, seu nível de instrução, que fez mestrado em Artes ou que tem doutorado ou que é engenheiro ou arquiteto. Isso é uma lembrança.

Quando eu pergunto “Quem é você?”se você de fato olhar para dentro, só terá uma resposta: “Não sei”.

Tudo o que disser será apenas uma lembrança, não você de verdade.

A única resposta verdadeira, autêntica, só pode ser “Não sei” pois conhecer a si próprio é a última coisa que você faz.

Eu posso dizer quem sou, mas não digo.

Você não pode dizer quem é, mas se apressa em dar a resposta.

Aqueles que sabem quem são, guardam silêncio sobre isso.

Pois, se toda a memória for descartada e toda a linguagem for descartada, então quem eu sou não pode ser dito.

Eu posso olhar dentro de você, posso dar a você um gesto, posso ficar com você, com todo o meu ser - essa é a minha resposta. Mas a resposta não pode ser expressa em palavras, pois tudo que é expresso em palavras faz parte da memória, da mente, não da consciência.

Como se livrar das lembranças? Observe-as, testemunhe-as.

E lembre-se sempre: “Isso aconteceu comigo, mas isso não sou eu.”

É claro que você nasceu numa determinada família, mas isso não é você, aconteceu com você, é um acontecimento externo a você. Alguém lhe deu um nome, você o tem usado, mas ele não é você. É claro que você tem uma forma, mas a forma não é você, ela é só a casa em que por acaso você está. A forma é só o corpo em que por acaso você está. E o corpo lhe foi dado por seus pais - é uma dádiva, mas não é você.

Observe e tenha discernimento.

Isso é o que no Oriente chamam de vivek discernimento - você usa o tempo momento em todo a sua capacidade de discernir. Continue fazendo isso - chegará um que você terá eliminado tudo o que não é você. De repente, nesse estado, você se olha pela primeira vez e encontra seu próprio ser.

Continue jogando fora todas as identidades que não são você - a família, o corpo, a mente. Nesse vazio, quando tiver jogado fora tudo o que não for você, de repente seu ser vem à tona. Pela primeira vez você encontra si mesmo, e esse encontro passa a ser o domínio.

(Livro: "Consciência - A Chave para Viver em Equilíbrio"- Osho )

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